Olha-me nos olhos e diz-me tudo. Porque não aguento estes barulhos que me rodeiam...As tuas palavras pesam. E mesmo quando não dizes nada, os teus olhos traem-te, e dizem-me tanto mais do que os mil barulhos que vêm de todas as direcções. E o coração pesa também.
(Calo-me.)
E quando esses olhos sábios e calmos fixam os meus, vão até ao fundo da minha alma e nada me atormenta. Mostro tudo! O que sou o que sinto e tudo aquilo que pinto. Até o monstro em mim.
Mas debaixo desta luz sou só a menina de sempre, entregue, despida de tudo! E não há paz maior do que essa... A de confiar e não haver mentira possível, sem sequer se ter de falar.
Há só um mundo de alegrias e desalegrias no teatro da alma. E sendo a sua menina, não escapa nada, porque "os olhos não mentem".