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Um dia cantei-ta em voz suave, rouca e baixa.
Cantei e vi-te adormecer ao meu som. Marquei-te, bem o sei.
Cantei amor, paixão. Cantei amizade e gratidão.
Adormeceste a sorrir e eu, a achar que a minha missão estava acabada, fui-me embora.
Perdi o teu rasto na memória do que cantei.
Não te perdi completamente, mas deixei de te ganhar.
E que pena.
Sem razão aparente,
Oiço-a nas vozes de outros e perco-me em ti.
E quando me perco...ganho-te outra vez com todas as forças.
Do esquecimento voltas a mim sem medo.
Afinal, são todas assim as histórias de amor?
Ficas aí para sempre...mas sempre diferente.
"Julgas que não sei?! Quando eu fechar os olhos sais daqui!"
- Não. Desta vez não saio. Fico e vejo-te a dormir. Para que sejamos eternos.
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